quinta-feira, 3 de junho de 2010

Horta mandala produz mais, com menos gasto de energia

A alternativa agroecológica

Produção de horta em mandala em assentamento no Paraná

Um dos trabalhos apresentados aos 3 mil participantes da 9ª Jornada de Agroecologia [realizada em Francisco Beltrão - PR entre 19 e 22 de maio] foi o modelo de horta mandala. Com essa forma de cultivo, os assentados da reforma agrária podem produzir mais variedades de alimentos em áreas menores, gastando o mínimo de energia e preservando ao máximo os nutrientes do solo. A horta ocupa uma área de 2,3 mil metros quadrados no Assentamento Contestado, na Lapa (PR), distante 70 quilômetros de Curitiba. O assentamento é referência internacional por sediar a Escola Latino-Americana de Agroecologia (ELAA) e pelas experiências em agroecologia.

O agricultor Celson José Chagas, 37 anos, é um dos idealizadores do projeto, que atende 108 famílias. Ele explica que o sistema se constitui de um açude em formato de cone no centro da mandala e mais 11 anéis em torno do açude com seis corredores de acesso formando seis partes como um bolo fatiado, com 66 canteiros individuais. A água é distribuída por meio de mangueiras.

José Chagas explica que a mandala é uma forma de agricultura na qual a terra é explorada sem a destruição dos recursos naturais. A produção permite uma renda de R$ 250 semanais. "Vimos que é possível produzir alimentos de qualidade em pequenas áreas e de maneira diversificada. Na mandala produzimos vários tipos de verduras, frutas e ervas medicinais".

As arvores frutíferas têm a função de quebrar o vento, fazer sombreamento, abrigo para pássaros além de aproveitar a fertilidade do sistema. Na adubação são usados estercos curtidos, compostos orgânicos, cinzas, pó de rocha de basalto, fosforita e palhada com cobertura dos canteiros e corredores. O manejo é feito de forma manual, com um garfo para afrouxar o solo sem removê-lo.

No assentamento Contestado, cerca de 35% das famílias produzem de forma agroecológica e atualmente estão organizando cooperativas para compra, venda e industrializaçã o dos produtos orgânicos que, por enquanto, são vendidos para programas sociais mantidos pela Companhia Nacional do Abastecimento (CONAB).

Fonte: Agora Campo Grande, 20/05/2005.

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