quarta-feira, 9 de junho de 2010
Resíduos de agrotóxicos: o consumidor tem direito de saber o que come
Resíduos de agrotóxicos: o consumidor tem direito de saber o que come
Cenário preocupante sobre o uso de agrotóxicos no País foi retratado em mesa redonda promovida pelo Idec e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em São Paulo, na terça-feira, 13, por Reinaldo Skalisz, representante do Fórum Nacional de Entidades Civis de Defesa do Consumidor (FNECDC) e consultor da Associação de Defesa do Meio Ambiente de Araucária (Amar).
Funcionário aposentado da Secretaria da Agricultura do Paraná e com larga experiência na fiscalização do uso de agrotóxicos, Skalisz apontou que o número de ingredientes ativos aprovados para aplicação são muito mais numerosos do que os que são de fato monitorados. Isso sem falar na série de agrotóxicos que já foram banidos e continuam sendo detectados.
“O consumidor está vulnerável. Há muita informação que afeta diretamente sua saúde que não chega ao seu conhecimento” , disse. “Cabe ao consumidor exercer sua cidadania e cobrar pelos seus direitos e cabe ao governo criar meios que façam essa informação chegar de forma mais eficiente para o consumidor”, acrescentou Skalisz.
Daniela Macedo Jorge, especialista em regulação e vigilância sanitária da Gerência Geral de Toxicologia da Anvisa, apresentou dados do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos e Alimentos (PARA), revelando os altos índices de contaminação de alimentos que vêm sendo detectados ano a ano pelo programa. A especialista relacionou o alto volume de compras de agrotóxicos no país no primeiro trimestre de 2010 (cerca de R$60 milhões) com o excesso de resíduos do produto encontrado nos alimentos.
O uso indiscriminado de agrotóxicos afeta tanto a saúde humana, colocando em risco agricultores e consumidores, quanto o meio ambiente. Para a saúde, o veneno pode provocar desde náuseas, tonteiras, dores de cabeça ou alergias até lesões renais e hepáticas, cânceres, alterações genéticas etc.
A principal conclusão da mesa redonda foi a de que, além de fiscalização eficiente, é necessário garantir ao consumidor o acesso à informações claras sobre a qualidade e a segurança da comida que chega à sua mesa.
Extraído de:
Idec, 14/04/2010.
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